A pista de skate no Parque da Independência é reivindicada há mais de 20 anos pelos skatistas locais e finalmente esse sonho será concretizado. O skate por ali iniciou-se com a prática do freestyle nos anos 70. A partir do fechamento de pistas como a Ultra, Stones e Prestige, foi invadido pelo street e considerado um dos melhores picos do Brasil, na segunda metade dos anos 80 e por todos os anos 90, onde também os praticantes de skate na ladeira se aventuravam a andar no asfalto áspero e cheio de pedras. Teve um momento de proibição em meados dos anos 2000, até que a ladeira do parque foi recapeada em 2007, pela prefeitura, para um evento de slalom da Red Bull, tornando-a um dos melhores picos do Brasil para essa prática.
Desde que o “Pico” (pista de skate improvisada em área ao próxima, na Avenida Nazaré, onde eram utilizados os entulhos do próprio museu como obstáculos, em meio a rampas de madeira) foi destruído, após ser muito utilizado no fim dos anos 80, e com as constantes proibições do skate dentro do parque, desde a época do prefeito Jânio Quadros (1988), iniciou-se uma campanha anual para uma pista de skate no parque ou próxima a ele. Luta de três gerações.
Uma nova área
Com a desapropriação de um terreno ao lado do parque pela prefeitura de São Paulo, foi resolvido que nesse local seria construído um anexo e, em 2008, foi realizada uma consulta pública para a população indicar quais benefícios deveriam ser construídos nessa nova área. A Associação dos Skatistas do Ipiranga e a Associação dos Skatistas da Zona Sul mobilizaram os skatistas a votar para que uma pista de skate fosse um destes benefícios. A proposta ganhou com três vezes mais votos que o item que ficou em segundo lugar, que foi a necessidade de banheiros.
Em 2010 a construção do anexo foi liberada pela prefeitura e voltou-se a discutir o que seria implantado lá. O vereador do bairro, Domingos Dissei, se propôs a levantar a quantia de R$ 1.500.000,00 para toda a obra da construção do anexo; mas a pista de skate não estava contemplada com parte dessa verba. Os skatistas do bairro, através da ASI e ASZS, procuraram então o vereador Dalton Silvano, que se propôs a ajudar em levantar a verba para a sua construção e o que mais for necessário para que o sonho da pista se realize.
O projeto
O objetivo do desenho da pista é democratizar o uso do skate no parque, pois apesar de o uso da ladeira estar liberada, a prática de street continua proibida no resto da área e, através de muitas negociações pela liberação desses espaços, novamente foi negociado e acordado com a administração do Parque da Independência e com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o qual liberou dentro do terreno uma pequena área muito sinuosa, completamente coberta por árvores e estabeleceu que a pista seria para atender esses skatistas que utilizavam as escadarias, gaps, bordas e ferros do parque para andar de skate.
O conceito do projeto, chamado pelos skatistas locais de “monumento plaza” é baseado em escadarias, gaps, bordas e ferros, que são o que está proibido. A maior parte dos componentes da pista se assemelha, em forma e altura, com as escadarias, gaps, bordas e ferros utilizados na área do parque. A inclusão da mini ramp no projeto é uma homenagem a todas as “pistas” construídas no Ipiranga, que foram as inúmeras rampas de madeira criadas em diversos locais no bairro por skatistas como Alexandre Alemão, Toninho e Plínio Higuti. O projeto foi realizado pelos skatistas locais no parque há duas décadas, como Fabio Cristiano, Noel Oliveira, Tadeu Ferreira, entre outros, em conjunto com as arquitetas da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.
Fase burocrática
De acordo com as informações da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, atualmente o projeto está em fase de licitação e a previsão de início da construção é o primeiro semestre de 2012.
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