Ricardo Porva - Entrevista pós-entrevista - 12/09/11

TRIBO SKATE 
                   por aí! (risos)
                   F/s rockslide. (René Jr.)

Na edição nº190 da Tribo Skate, foi publicada uma entrevista matadora com Ricardo Porva, um dos melhores e mais carismáticos skatistas do Brasil. Em sua luta incansável pelo skate e pelo bem dos que o cercam, o cara não deixa a peteca cair e continua na luta. Confira, nesta "entrevista pós-entrevista", mais algumas de suas ideias e pensamentos.

TRIBO SKATE
F/s smith. (René Jr.)

Você foi o entrevistado da revista Tribo Skate nº 190. Você acha que a entrevista rendeu bons comentários? Porque o nível das manobras estava absurdo!

Acredito que sim, apesar de, logicamente, sempre existir pessoas que criticam e não se identificam com o seu estilo de skate. Mas eu acredito que, além de boas fotografias, uma boa entrevista precisa ter em seu conteúdo uma mensagem positiva, e o meu principal intuito é esse.

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Crooked. (Fabiano Lokinho)

No mesmo dia em que a Mega Rampa foi ao ar na Rede Globo, o Esporte Espetacular fez uma matéria especial sobre seu amigo, o Ítalo Romano. Você foi peça importante na matéria, demonstrando não só seu amor pelo skate, mas também sua intensa preocupação com os amigos e com sua família. Você acha que esta visibilidade na grande mídia lhe trouxe mais reconhecimento?
Essa matéria veio num momento muito especial para todos nós, abriu muitas portas, superou todas as expectativas. Nunca imaginei que um dia chegaríamos tão longe com o projeto do vídeo Vamo Andá?, mas acredito que nada é por acaso e que, se tudo isso está acontecendo, é porque o destino está conspirando a nosso favor. Mas faço isso não pelo reconhecimento, e sim pelo prazer de ajudar e mostrar o caminho magnífico que o skate pode proporcionar na vida de qualquer um que queira realmente lutar pelos seus sonhos. A Iris e o Ítalo são pessoas que me fazem acreditar que, para sonhar de verdade, basta acordar e seguir em frente. Se tem uma pessoa que merece mais reconhecimento em toda essa história, eu acredito que seja o Ítalo.

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F/s ollie fakie nosegrind. (René Jr.)

E você o acompanha em muitas sessões? Como você se sentiu ao ver que a parte dele para o Vamo Andá? postada no YouTube – filmada e editada por você – conquistou milhares de acessos?
Não tenho o acompanhado nas sessões ultimamente, mas falo com ele direto no MSN. O que sei é que ele está em Barcelona se divertindo, filmando e andando muito de skate. Quando postei a parte dele no YouTube , não tinha nem noção de quantos acessos renderia. Simplesmente, de um dia para o outro, o vídeo se espalhou de um jeito impressionante. Acompanhar todos aqueles comentários e ver os acessos aumentando a cada segundo foi uma experiência e tanto; muito orgulho e otimismo... Foi o vídeo com mais acessos que já editei até hoje.

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F/s tailslide. (Fabiano Lokinho)

Você acha que o mercado atualmente está mais interessado em valorizar o nível técnico ou a personalidade do skatista?
O mercado?! Atualmente?! Nenhum dos dois. A única coisa que o mercado está interessado em valorizar é o próprio bolso dos empresários; é como um palhaço que, ao invés de fazer o show, assiste da plateia , ou seja: se o cara anda bem, não importa, se o cara é carismático, não importa também. O que importa hoje em dia é se ele é otário o suficiente para aceitar essa esmola que estão oferecendo por aí.

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Fakie tucknee. (René Jr.)

Você é um cara que está em constante correria. Por onde você tem andado ultimamente?
Ultimamente, estou mais em SP mesmo, que é onde as coisas estão acontecendo. Aqui o dinheiro gira, tem muita oportunidade, muita opção para andar de skate... Mídia, né... Mas tô sempre na estrada também, vivendo um dia de cada vez.

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360 flip noseslide. (Julio Detefon)

Em muitas competições, tanto nacionais quanto internacionais, você já obteve boas colocações. E atualmente, você tem participado de campeonatos? Ou tem priorizado filmar e fazer fotos?
Na verdade, o que mais tá rendendo ultimamente são as fotos e as filmagens, mesmo; oportunidades interessantes, únicas e eternas... Campeonato é legal, mas é muita função. Quando os patrocinadores pagam tudo, aí sim, o cara vai e dá o sangue. Agora, tirar do bolso é outra idéia... Sua cabeça já não fica focada só na competição... Vira uma necessidade, a pressão aumenta, é complicado. Mas sempre que houver eventos “bons” de street, farei de tudo pra ir... Vocês ainda vão ouvir muito meu nome 



E sobre a cena do skate em Uberlândia? O que tem de ponto positivo e negativo por aí?
Os moleques de lá estão evoluindo bastante ultimamente; estão aparecendo novas lojas de skate, e uma delas, que veio pra ficar, é a Alley Skateshop. Ganhamos nossa primeira pista pública... As coisas estão caminhando... Mesmo estando sempre na correria, procuro fazer a minha parte pelo esporte na cidade. Creio que o fato de ser um pouco longe de SP seja um ponto negativo. Fora isso, Uberlândia é uma cidade muito boa: o clima é bom, não tem trânsito, minha família toda está aqui, tem vários picos na rua... Tudo que preciso.

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B/s noseblunt. (René Jr.)

A Nata, marca pela qual você é responsável, já está no mercado há alguns anos. Quais são os desafios em ser, além de skatista profissional, um profissional do skate? E quais são os planos para a marca de agora para frente?
Vixe! Só quem vive nesse mundo do skate sabe os desafios, é impossível descrevê-los. Mas acredito que o maior deles seja entender realmente aonde o skate vai te levar. Meus planos sempre foram os mesmos: lutar pelo skate, ajudar aqueles que precisam e andar de skate cada vez mais.

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Flip b/s crooked. (René Jr.)

Em algumas partes do vídeo aparecem algumas tretas com seguranças e policiais. Rolou alguma treta mais séria? Ou foi só uma advertência?
Tudo tranqüilo. Só levar a idéia certa e já era. O segredo é sempre ter uma camiseta no gatilho, pra jogar na mão deles...

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F/s flip. (Fabiano Lokinho)

Quais são seus planos futuros? O que você planeja para daqui uns anos em sua vida, além de andar de skate?
Trabalhar com crianças , continuar editando e fazendo meus filmes.

Para finalizar: O que você gostaria de dizer numa entrevista, mas nunca teve espaço? Solte o verbo!
Queria dizer que me sinto muito triste e revoltado ao ver tantos skatistas talentosos parando de andar de skate e tendo que trabalhar em outro ramo para sobreviver. É depressivo olhar para trás e ver o quanto você lutou por uma determinada marca e eles simplesmente nunca reconhecerem isso. Empresas que acham que pagar um salário mais ou menos e um plano de saúde já é muito; empresas que não dão perspectiva de vida nenhuma para seus atletas; querem vender, mas não investem um centavo na principal ferramenta, que é o próprio skatista... Puta que pariu... Peço a Deus, todos os dias, para que empresas como essas sumam do mercado o quanto antes... Melhor desistir antes de falir... Vai por mim.

TRIBO SKATE
Retrato por René Jr.

Por fim, deixe seu recado para os leitores do site Tribo Skate
Andem de skate por amor... Deixe que ele mostre o melhor caminho, e boa sessão!

Tempo de skate: 19 anos
Patrocínios: Volcom , Oakley, NATA e Apoio: Connexion Wheels
Local: Uberlândia –MG


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Retrato por René Jr.

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